Prescrição: Como evitar erros e promover boas práticas
Utilize a prescrição da forma certa!
Nem toda consulta se encerrará com uma prescrição de medicamentos, porém o recebimento da receita é, em geral, um dos momentos mais aguardados pelos pacientes, não apenas por ser a finalização do encontro, como por ver neste documento uma possibilidade de melhoria do seu estado clínico.
Sendo assim, é um documento extremamente importante e que deve integrar o prontuário eletrônico do paciente (PEP), permitindo acompanhar o tratamento do paciente enquanto ele durar e fornecendo bases para quaisquer alterações e acréscimos que precisem ser feitos.
Apesar de aparentemente ser um documento simples, a elaboração de uma receita precisa seguir algumas regras para garantir a segurança do paciente e efetividade do tratamento.
Afinal ninguém deseja que o paciente compre o medicamento errado ou não entenda como funciona a administração, reduzindo ou anulando seus efeitos.
Uma receita feita corretamente é um dos passos para garantir a adesão terapêutica, o que possibilitará melhores resultados e, consequentemente, a satisfação do paciente. Veja abaixo regras e dicas para adoção de boas práticas na prescrição de medicamentos.
Dados obrigatórios
No cabeçalho do receituário, que deve ser impresso, deve constar o nome do profissional, seu endereço profissional, registro profissional (e de especialidade, se for o caso), e número de cadastro de pessoa física ou jurídica. Atenção ao endereço: caso o profissional trabalhe para clínicas ou hospitais e também atue de forma independente, o receituário utilizado na segunda situação deve ser próprio, informando o endereço de seu consultório pessoal ou mesmo de sua residência. Jamais deve ser usado o receituário de uma instituição caso o atendimento tenha sido feito fora do âmbito desta.
Superinscrição
A superinscrição é o campo do receituário que abrange o nome e idade do paciente e seu endereço. O uso do “Rx” – que significa “receba”, endereçado ao farmacêutico responsável – não é obrigatório. Também pode ser informado, em vez disso, se o medicamento é administrado por via enteral (“Uso interno”) ou parenteral (“Uso externo”).
Inscrição
Neste campo, é informado diretamente o nome do medicamento, a forma farmacêutica (comprimido, comprimido efervescente, suspensão, gotas, drágeas, xarope, solução oral, etc) e sua concentração.
Subinscrição
Aqui, no caso de medicamentos controlados, deve ser registrada, em algarismos arábicos e por extenso, entre parênteses, a quantidade que deve ser dispensado ao paciente.
Adscrição
Aqui, devem ser inseridas às orientações adicionais ao paciente.
Ao final, devem ser incluídas data, assinatura e número de registro profissional (CRM, CRO e CRMV). Não é obrigatório o uso de carimbo! Também não é obrigatório o uso do Rx cortado e o uso do símbolo de marca registrada (®) quando for utilizado o nome comercial do medicamento. Em relação à esta questão, também é adequado que a receita não especifique marcas, e sim o nome do princípio ativo.
Outra dica importante diz respeito à legibilidade do documento: muitas clínicas e hospitais tem dado preferência ao uso de receitas impressas, quebrando o estigma da “letra de médico”, com prescrições integralmente ilegíveis e que podem induzir o paciente ou o farmacêutico ao erro ou até mesmo inutilizar a prescrição. O uso de carimbos desbotados também se enquadra como letra ilegível e se configura como infração ética. Os carimbos não podem conter também receitas padronizadas, devendo restringir-se a dados como nome; número do registro no conselho profissional e estado da Federação; especialidade, se for registrada no Conselho; matrícula do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos, se em serviço público; e cargo).
Além da questão da forma, é muito importante observar aspectos clínicos como doenças prévias, alergias, medicamentos já em uso pelo paciente (evitando interações medicamentosas indesejadas), além de custo, vias de administração e efeitos adversos – os dois últimos tópicos podem influenciar na adesão ao tratamento. O paciente deve ser orientado sobre sinais de alerta referentes ao uso dos medicamentos prescritos.
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